Mais de quatro anos depois da Copa da Rússia de 2018, o mundo do futebol volta a se reunir, desta vez no Oriente Médio, com a Copa do Mundo do Catar. Pela primeira vez a Copa será realizada nessa região do planeta e a expectativa é grande diante das novidades: um país árabe, gastos astronômicos (mais de US$ 220 milhões), estádios suntuosos e jogos numa época diferente do ano. De forma inédita, o Mundial será realizado entre novembro e dezembro para evitar as altas temperaturas da região no meio do ano. São 32 seleções divididas em oito grupos de quatro, classificando-se as duas melhores de cada grupo para as oitavas de final. A Copa vai de 20 de novembro a 18 de dezembro. O pontapé inicial será dado nesse domingo (20), com o jogo de abertura entre Catar e Equador, a partir das 13h (de Brasília), no estádio Al Bayt.
As duas equipes fazem parte do Grupo A, ao lado de Senegal e Holanda, que se enfrentam na segunda-feira (21)
POR QUE APOSTAR NO CATAR?
- Joga em casa, com o apoio da torcida
- Vem de três vitórias seguidas em amistosos
- Longo tempo de preparação com técnico espanhol
Sem ter a necessidade de disputar as Eliminatórias Asiáticas, por ser o país-sede, e sabendo com antecedência de aproximadamente cinco anos de que teria seu lugar no Mundial de 2022, a Federação do Catar fez uma preparação completa para a primeira participação de sua seleção em uma Copa. Não faltaram dinheiro, estrutura e planejamento. Houve extensa agenda de amistosos e participação em competições internacionais de outros continentes. Apesar de a seleção ainda ter grandes limitações, foi possível observar progresso, como a conquista da Copa da Ásia em 2019, na qual derrotou o Japão na final, por exemplo. Mas o grande teste será mesmo a Copa.
A aposta para comandar a seleção foi no técnico espanhol Féliz Sánchez Bas. Após cinco meses de treinamento em conjunto, Bas formou a seleção que atua integralmente no futebol catari. Metade dos atletas joga no Al-Sadd. O elenco ainda mescla talentos locais e jogadores naturalizados. São 10 jogadores naturalizados, nascidos em oito diferentes países (Argélia, Egito, Gana, Sudão, Bahrein, Iraque, França e Portugal). Karim Boudiaf, por exemplo, nasceu na França e tem descendência marroquina e argelina; jogou nas categorias de base da seleção argelina, mas se naturalizou catari nove anos atrás.
Filho de pai tanzaniano e mãe iemenita, Akram Afif, de 26 anos, é o principal jogador da seleção. Nascido no Catar e moldado na Aspire Academy, grande centro de treinamento de Doha, com períodos de estágio na base do Sevilla e do Villarreal. Em meio a cinco temporadas no futebol europeu, se tornou o primeiro catari contratado por um clube da LaLiga ao assinar com o Villarreal, quando tinha 20 anos de idade.
O Catar ocupa a 50ª posição no ranking da Fifa e vem de uma sequência boa. Foram três vitórias nos últimos três amistosos:
27/10 - Catar 1 x 0 Honduras
5/11 – Catar 2 x 1 Panamá
9/11 – Albânia 0 x 1 Catar
POR QUE APOSTAR NO EQUADOR?
- Tem mais tradição futebolística do que o Catar
- Jogadores mais experientes e de melhor nível técnico
- Está invicto há seis jogos (mas últimos três foram empates em 0 a 0)
Após não obter classificação para a Copa da Rússia, o Equador volta a disputar um Mundial. Será sua quarta participação em uma Copa do Mundo, sendo que a última foi no torneio realizado em 2014 no Brasil.
Sob o comando do técnico argentino Gustafo Alvaro, o Equador realizou seis amistosos após sua campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas. O lado bom é que o time se manteve invicto. Foram duas vitórias (Nigéria e Cabo Verde, seleções que não se classificaram para o Mundial) e quatro empates (México, Arábia Saudita e Japão, que estão na Copa do Mundo, e Iraque, que ficou de fora). O lado ruim é que empatou os últimos três jogos. E para piorar, sem marcar nenhum gol. Foram três empates em 0 a 0, com Arábia Saudita (em 23/9), Equador (27/9) e Iraque (12/11). O atual ranking Fifa do Equador é 44.
O time de Alfaro tem como maiores destaques o atacante Valencia e o meio-campista Caicedo, que atua na Premier League, da Inglaterra.